Resenha: Os Miseráveis, de Victor Hugo

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Olá, corujas!

Vocês se lembram qual foi o primeiro livro que vocês leram? O meu foi uma versão adaptada de Os Miseráveis (e o segundo foi As Crônicas de Nárnia, parece que estou destinada a clássicos), o livro apresenta uma história bem resumida do clássico. Já li muitos livros e nunca reli nenhum deles, o único que eu reli, e mais de uma vez, foi minha versão adaptada de Os Miseráveis, e, preciso dizer, chorei no final todas as vezes. Quando eu li, e por muitos anos depois, eu achei que aquele fosse o livro original. Assim que descobri sobre a existência de outra versão, a que era realmente a original, decidi que a leria, melhor, decidi que eu teria aquele livro.

Cobicei por muito tempo aquela versão linda da Martin Claret, até que ano passado, no meu aniversário, ganhei ela de presente (imaginem o meu êxtase quando pude finalmente tocar o livro que eu mais quis na minha vida <3). Comecei a ler o livro por volta da primeira semana de novembro e no dia 11 de fevereiro desse ano eu pude finalmente terminá-lo. A cada página o meu amor aumentava. Então, aqui vai a resenha para vocês, espero que se sintam motivados a ler (É FASCINANTE).

Nome: Os Miseráveis
Autor: Victor Hugo
Ano: 1862
Número de Estrelas:  +
Sinopse: Esta obra é uma poderosa denúncia a todos os tipos de injustiça humana. Narra a emocionante história de Jean Valjean, o homem que, por ter roubado um pão, é condenado a dezenove anos de prisão. Os Miseráveis é um livro inquietantemente religioso e político.









O resumo:

Preso por roubar pão para alimentar seus sobrinhos famintos e órfãos de pai, Jean Valjean passa 19 anos sofrendo castigos, maus tratos e fazendo trabalhos forçados nas Galés. Depois de libertado ele vaga sem destino com o pouco que recebeu ao sair da prisão. Ao chegar a cidade de Digne Jean tenta se hospedar em diversos lugares, entretanto a notícia de que ele é um ex-forçado das Galés logo se espalha e ninguém o aceita. Até que, cansado de tentar, ele desiste e resolve se deitar no banco da praça. É quando uma mulher o encontra e manda que ele vá até a casa do Monsenhor Bienvenu, o bondoso bispo da cidade. Lá ele é aceito. Esse é o lugar que mudará a alma de Jean Valjean.

O Monsenhor Bienvenu é um homem bondoso que vive apenas com o extremamente essencial. Grande parte do que o velhinho recebe ele doa aos necessitados. Quando Jean Valjean entra naquela casa ele é um homem perigoso, endurecido pela vida e com um coração negro. Contudo, o bispo o abriga e alimenta. Jean acaba por fugir levando os talheres de prata do bispo. Mais tarde, ele é trazido de volta à casa do homem por oficiais que o acharam com os talheres. Jean está pronto para ser acusado e novamente condenado. Mas o bispo não o incrimina, alega ter doado os talheres e pede a Jean que também leve os castiçais de prata. Essas eram as únicas coisas de valor que o bispo mantinha e das quais realmente gostava, mesmo assim ele os doou. Uma ato supremo de bondade. Jean parte atordoado e nesse momento uma mudança começa em seu interior.

Fantine era uma bela jovem que se entregara ao amor por um homem que acabou abandonando-a. Desse relacionamento nasceu Cosette. Desempregada e com uma filha, Fantine resolve voltar a sua cidade natal. Com Cosette ela não conseguiria um emprego. Ao passar por uma cidade vizinha a sua ela encontra duas belas meninas brincando e a mãe as vigiando. Essa cena dá a Fantine a ideia de deixar sua filha com eles e voltar para buscá-lá quando tiver dinheiro suficiente. O casal Thénardier aceita ficar com a menina, com a condição de que a mãe mande dinheiro para cobrir as despesas da criança. Mal sabia aquela mãe devota que estava deixando sua filha com um casal de vigaristas. Em sua cidade natal Fantine consegue um emprego e tudo vai bem, até que uma fofoqueira da cidade investiga sua vida e descobre sobre sua filha. Fantine é despedida. Sem renda, com muita dívida e pouco dinheiro ela passa a fazer o que pode para conseguir cumprir com o combinado. As exigências dos Thénardier aumentam cada vez mais, desesperada, temendo que sua filha seja colocada na rua, Fantine não vê outra saída, ela vende sua beleza e sua dignidade por amor a filha.

Na miséria, longe de sua filha e com uma doença violenta ela começa a ser ajudada por Madeleine, o prefeito da cidade, que ali chegou há muito tempo como forasteiro, fez fortuna e prosperou o lugar. Ele é, na verdade, Jean Valjean. Infelizmente, Fantine não resiste, porém antes de morrer Jean Valjean, ou melhor, Madeleine havia prometido que buscaria Cosette. Ao mesmo tempo a identidade do ex-forçado é descoberta por Javert, um incorruptível homem da lei. Jean acaba preso, foge e depois volta a entregar-se, no entanto, não permanece em cárcere por muito tempo, ele forja sua morte e escapa. Agora ele precisa achar Cosette.

Cosette foi transformada, logo depois da partida de sua mãe, na empregada dos Thénardier. A pobre criança era mal alimentada e mal vestida, passava frio, fome e apanhava muito. Assim que Jean Valjean a encontra ela aparenta ser muito mais velha do que realmente é. Jean é o anjo vingador de Cosette, ele a leva embora e a protege. Com o passar dos anos ele se afeiçoa muito a menina, ela se torna tudo para ele e ele para ela.

O tempo passou, Cosette agora é uma bela mulher. Aparece então Marius Pontmercy. Assim, toda a alegria e relativa segurança de Jean se veem ameaçadas pelo amor que surge entre os jovens.

Minha opinião:

Reflexivo e totalmente tocante. O clássico partiu meu coração em muitas ocasiões, pude sentir a dor dos personagens. Sobre a leitura: Não achei difícil. Acho que se você conhece a história e já sabe mais ou menos o que vai acontecer fica melhor, te ajuda a passar pelas partes menos legais com mais determinação. Uma coisa muito interessante no livro é que não é apenas história, é História também (Entenderam?? Haha). Victor Hugo fala muito sobre a história da França, conta os momentos históricos para que o leitor entenda melhor o livro. (Coisas que acrescentam a nossa inteligência são sempre muito bem vindas.) Essa pode ser a parte mais lenta da leitura (isso não vai ser problema para quem ama História). Para mim foi, confesso, apesar de eu ter certo interesse em história. Mas vale muito a pena. Eu li tudo em aproximadamente três meses e meio, isso porque quando comecei a leitura era época de vestibular e eu não lia muito. Sobre os personagens: Jean se tornou totalmente bondoso. Cosette é bela e pura (imagino ela uma espécie de anjo, com direito até a luz celestial de fundo). Marius é um rapaz nobre e que despertou meu profundo ódio, mas passou... ainda bem. Fantine não tem participação longa no livro mas as cenas dela são muito tocantes. O que ela faz por amor a filha... é lindo (só de lembrar já me entristeço). Ela foi uma mártir. Um personagem que eu amei? Gavroche. Por quê? Ele era um garoto de rua, um filho dos Thénardier que eles abandonaram, ele estava sempre cantando, feliz, apesar de tudo, tinha um coração grande e era esperto. O final do livro me emocionou mais do que todas as outras vezes, talvez por eu saber de tudo mais a fundo dessa vez (encerrei o livro com grande estilo e muitas lágrimas, teve direito a Bon Jovi fazendo trilha sonora, Thank You For Loving Me combinou perfeitamente).

Minha paixão por esse livro é imensurável, não me canso de repetir que o amo. Já pretendo reler. Sem dúvida, o melhor livro da minha vida. Nem os livros que me fizeram chorar despertaram emoções tão fortes como esse livro fez.

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