Resenha: Desventuras Em Série - Inferno no Colégio Interno, de Lemony Snicket

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Olá, corujas!


Desse vez as desventuras dos Baudelaire tem como plano de fundo um colégio interno, com direito a vice-diretor tirano, bullying dos colegas, mais disfarces do conde Olaf, claro, e também um forte laço de amizade. Em Inferno no Colégio Interno surgirá uma dupla que nos acompanhará por mais alguns livros. Confiram a resenha:

Resultado de imagem para inferno no colégio interno resenhaNome: Desventuras Em Série - Inferno no Colégio Interno #5
Autor: Lemony Snicket
Número de Páginas: 197
Editora: Seguinte
Estrelas: 
Sinopse: Nada de aventuras emocionantes com final feliz: Violet, Klaus e Sunny Baudelaire são legais e inteligentes, mas a vida deles está repleta de má sorte e infelicidade. Neste livro, os órfãos mais azarados do mundo enfrentam caranguejos que mordem, exames hiper-rigorosos e os castigos duríssimos de um internato. O colégio se transformou em mais um desastroso episódio de suas vidas horríveis. Desta vez, eles precisam escapar de fungos gotejantes, assistir a recitais de violinos, domar o sistema métrico e sobreviver a exercícios de D.O.R. Violet, Klaus e Sunny têm o poder de atrair desgraças. Quem gosta de histórias alegres não deve nem abrir este livro, avisa o autor, pois as histórias de dos Baudelaire são sempre uma desventura pior do que a outra.



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O Sr. Poe já havia avisado às crianças que se eles não se adaptassem a Serraria Alto Astral ele seria obrigado a colocá-los em um colégio interno. E foi graças as desventuras que os acompanham que os órfãos foram parar na Escola Preparatória Prufrock, um lugar sombrio e que apenas o lema já é capaz de esclarecer bastante sobre o lugar. Memento mori, que significa "Lembra-te de que morrerás". 

Como de costume, o Sr. Poe não pode ficar, então as crianças tem que ir sozinhas conhecer o vice-diretor Nero, um homem que adora arremedar o que as crianças dizem, que se acha um exímio violinista e gosta que todos o tratem como tal, embora tudo que ele consiga produzir no violino seja um barulho terrível. Logo os jovens Baudelaire descobrem que por serem órfãos eles não poderão morar nas instalações da escola, terão que viver em um barraco de zinco com fungo no teto, papel de parede brega, dormir em montinhos de feno e ainda dividir esse espaço com agressivos caranguejinhos. Como se isso não bastasse, Sunny ainda tem que trabalhar como secretária se quiser permanecer com os irmãos pois na escola não há jardim de infância.

Na primeira refeição dos Baudelaire eles conhecem a detestável Carmelita Spats, que expulsa os Baudelaire de sua mesa porque "Ninguém quer almoçar com gente que mora no Barraco dos Órfãos!" e incita um coro de "Lugar de órfão é no Barraco dos Órfãos!" por todo o refeitório. Felizmente, os irmãos são salvos da situação pelos trigêmeos Quagmire, Isadora e Duncan, que saem em sua defesa. Durante o almoço os Baudelaire descobrem que assim como eles os Quagmire perderam os pais num incêndio e além disso, Isadora e Duncan, também perderam seu gêmeo.

Quando o novo professor de educação física chega a Prufrock e os Baudelaire tem certeza que é o conde Olaf disfarçado são os Quagmire que infringem regras e se colocam em risco para ajudar seus mais novos amigos.

Para Beatrice - 
Você estará para sempre em meu coração
na minha memória 
e no seu túmulo.

Esse foi o livro que eu mais gostei até agora, porque dessa vez os Baudelaire estão cercados por crianças e até fazem amigos, os Quagmire. Eu vejo Isadora e Duncan como Violet e Klaus de outra dimensão, acho que era essa a intenção do autor, porque são muitas semelhanças. O incêndio, um terceiro irmão, serem órfãos, herdar uma fortuna (sim, os Quagmire também possuem uma fortuna)... Eles até tem cada um uma habilidade, Isadora é poeta e Duncan tem grande interesse em jornalismo, é um repórter mirim.

Os Quagmire foram amigos muito leais, se arriscaram pelos Baudelaire e eu fiquei muito feliz que em meio a tantas adversidades as crianças acharam amigos verdadeiros. Não me lembro muito bem, mas acho que em nenhum dos livros anteriores os Baudelaire choraram muito e nesse isso acontece por causa dos Quagmire, achei muito legal, é sinal de que eles se importavam de verdade com Isadora e Duncan. Não sei como o autor vai explorar essa amizade, se os Quagmire e Baudelaire lutarão juntos ou se há uma traição a caminho (perceberam a dica de que os Quagmire serão vistos novamente?) mas eu certamente estou curiosa. Os Quagmire, por sinal, tem um papel importante, eles descobrem uma coisa terrível do passado de Olaf
É um alívio, em tempos agitados encontrar verdadeiros amigos, e era esse sentimento que as cinco crianças estavam sentindo [...]
Nem preciso dizer que o vice-diretor Nero era horrível, não é mesmo? Ele fica imitando as crianças com vozinha irritante, aplica uns castigos sem noção e ainda obriga a escola inteira a ouvir seus concertos horrorosos. Ele obrigou um bebê a trabalhar e mandou os Baudelaire para um casebre, depois disso podemos dispensar mais explicações sobre ele.

O criticado da vez é o bullying, personificado por Carmelita Spats e seus seguidores, que oprimem os Baudelaire por serem órfãos. A ironia é que a escola deveria ser um lugar seguro para as crianças, mas lá eles só encontram injustiça e perseguição. Eu não sabia mas acabo de descobrir que o nome do vice-diretor é uma referência ao imperador romano Nero, que, assim como o tirano personagem, obrigava seus súditos a ouvirem-no tocar violino. Genial, Lemony Snicket!!
Duncan e Isadora foram bastante corajosos e solidários ao tentarem ajudar os órfãos Baudelaire, mas frequentemente paga-se um alto preço pela coragem.
O que mais me atrai nos livros do autor são as bizarrices, os exageros e as ironias, apesar de nós sabermos que os Baudelaire nunca tem um final feliz a leitura vale a pena só pelas criticas bem humoradas.

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