Resenha: Desventuras em Série - Serraria Baixo-Astral, de Lemony Snicket

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Olá, corujas!

Preparados para um pouco mais de desventuras? Gente, deixa eu compartilhar com vocês uma descoberta que eu fiz. Na primeira página de todos os livros da série tem um lugar para você colocar o seu nome, em cima tem um círculo com os Baudelaire e em baixo tem um círculo com o conde Olaf. Nunca tinha reparado mas os desenhos do conde Olaf mudam nos livros, é o disfarce que ele vai assumir. Antes mesmo de você começar o livro você já tem spoiler, típico do Lemony Snicket.

Resultado de imagem para serraria baixo astralNome: Desventuras em Série - Serraria Baixo-Astral (#4)
Autor: Lemony Snicket
Número de Páginas: 172
Editora: Seguinte
Estrelas: 
Sinopse: Na opinião de Lemony Snicket, ´de todos os volumes que contam a vida infeliz dos órfãos Baudelaire, Serraria baixo-astral talvez seja o mais triste até agora´. Alto-Astral é o nome da serraria que serve de cenário para as novas calamidades que Klaus, Violet e Sunny serão obrigados a viver. Eis a chamada ´ironia do destino´, pois ali, no meio daquelas árvores derrubadas, daquelas enormes toras de madeira, o que as três crianças vão encontrar é mais uma coleção de coisas horripilantes, tais como uma gigantesca pinça mecânica, bifes do tipo sola de sapato, uma hipnotizadora, um dramático acidente que causará ferimentos e um homem com uma nuvem de fumaça no lugar da cabeça. A vida dos Baudelaire é mesmo muito diferente da vida da maioria das pessoas, ´a diferença principal estando no grau de infelicidade, horror e desespero´... Diante desse quadro, algum leitor desavisado pode desconfiar: ´Como é que alguém vai se divertir com um livro desses, se as personagens não param de sofrer?!´. A pergunta faz sentido, mas é justamente aí que descobrimos um dos melhores segredos de Lemony Snicket, pseudônimo do americano Daniel Handler. Ele leva o exagero às raias do absurdo, faz o realismo perder feio para o mais deslavado faz-de-conta e o resultado não poderia ser outro: uma brincadeira literária incessantemente bem-humorada.

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Após passarem pela guarda da amedrontada tia Josephine, os Baudelaire estão a caminho da Serraria Alto-Astral (sim, o título é Baixo-Astral mas a serraria se chama Alto-Astral), localizada em um lugar assustadoramente abandonado.

Logo que chegam os Baudelaire encontram uma construção um tanto peculiar no final da única rua da cidade, uma casa em formato de olho, aquele mesmo olho tatuado no tornozelo do conde Olaf que assola os sonhos dos Baudelaire. Ao chegar na serraria, que curiosamente tem um letreiro feito de chiclete mascado, as crianças encontram uma carta que os informa que eles se hospedarão no dormitório da serraria e trabalharão nela já pela manhã. Chocados com a notícia, os três irmãos seguem até os dormitórios onde são recebidos por Phil, um dos trabalhadores da serraria e o homem mais otimista que eles encontrarão durante sua jornada.

Logo os Baudelaire descobrem que seu novo tutor, o dono da serraria, chamado de Senhor, jamais aparece na serraria, quem comanda o trabalho por lá é o capataz Flacutono, um homem muitíssimo esquisito. Com o passar do tempo os Baudelaire acabam se acostumando com as peculiaridades de seu novo lar, como por exemplo o fato de no almoço eles receberem apenas uma goma de mascar, ou com o fato do bife do jantar ser tão duro quanto sola de sapato ou mesmo com a ausência de janelas no dormitório, a única coisa que eles não se acostumam é com o capataz Flacutono que os acorda batendo panelas todos os dias, e que insiste em chamá-los de anões.

Porém os problemas dos Baudelaire realmente começam quando o horrível Flacutono faz Klaus tropeçar e quebrar seus óculos, o obrigando a ir no lugar que eles tanto temem, a casa em formato de olho no final da rua, aquele que todos afirmam ser o oftalmologista.

Para Beatrice -
Meu amor voou como uma borboleta
Até a morte pousar como um morcego.
Como disse a poeta Emma Montana McElroy:
"Aí acabou-se a história"

E seguimos com a infeliz e deprimente vida dos Baudelaire. Depois do Conde Olaf as crianças tiveram tutores amáveis, mas Senhor não veio para entrar na lista dos amáveis. Ele trata mal as crianças, fazendo-as trabalhar pesado e não as alimentando direito. Ele age com indiferença com as crianças, acha que está fazendo um favor a elas, quando na verdade não é bem assim.

Achei interessante que Klaus e Violet trocam de papéis nesse livro. Klaus acabou ficando com problemas e o único jeito de ajudá-lo era lendo, mas Violet é a inventora, não a amante dos livros, então ela precisou pensar como Klaus para conseguir ler o livro difícil e tirar o irmão da enrascada. E no final Klaus acaba inventando um dispositivo.
A verdade, sem dúvida alguma, é que nunca se sabe. Uma nova experiência pode ser extremamente agradável como extremamente irritante, ou qualquer coisa entre um e outro extremo, e nunca se sabe até passar por ela.
Em Serraria Baixo-Astral Lemony Snicket critica as péssimas condições de trabalho a que as pessoas são submetidas, através do trabalho exaustivo, a precária alimentação e o absurdo pagamento (os funcionários recebem tickets de descontos e não dinheiro)  a que os personagens são submetidos. Todas as criticas são feitas por meio de situações grotescas regadas de ironias  que dão à obra um toque de humor negro.

Trago boas notícias: estou conseguindo superar a minha decepção com a série, que surgiu nos primeiros livros, agora eu consigo entender melhor a escrita do autor. Já até fico ansiosa para descobrir quais as coisas absurdas que eu vou encontrar nos próximos livros. Realmente, como apenas uma história Desventuras em Série é horrível mas se visto sob o olhar das criticas é um livro e tanto.

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