Resenha: Por Lugares Incríveis, Jennifer Niven

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Olá, corujas!

Setembro foi o mês da prevenção ao suicídio e lá no Instagram rolou uma tag sobre isso, então vários Igs estavam postando fotos e comentando livros sobre suicídio. Em um dos Igs maravilhosos que nós seguimos lá no insta (que não me lembro qual agora) eu vi a administradora falando super bem desse livro. Ela falou tão bem que eu baixei o livro na hora. Assim que terminei de ler O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares comecei a procurar outro livro para ler, vi Por Lugares Incríveis e senti um ímpeto para lê-lo, então eu fui... Céus! Que livro! Confiram a resenha:

[A resenha ficou um pouco grande, me perdoem, não consegui economizar palavras, bem que tentei. O livro é incrível e vocês precisam saber disso antes mesmo de ler]

Resultado de imagem para por lugares incriveisNome: Por Lugares Incríveis
Autora: Jennifer Niven
Número de Páginas: 400
Editora: Seguinte
Estrelas: * * * * * (5 de 5) [merece muito mais que 5 estrelas]
Sinopse: Dois jovens prestes a escolher a morte despertam um no outro a vontade de viver.
Violet Markey tinha uma vida perfeita, mas todos os seus planos deixam de fazer sentido quando ela e a irmã sofrem um acidente de carro e apenas Violet sobrevive. Sentindo-se culpada pelo que aconteceu, Violet se afasta de todos e tenta descobrir como seguir em frente. Theodore Finch é o esquisito da escola, perseguido pelos valentões e obrigado a lidar com longos períodos de depressão, o pai violento e a apatia do resto da família.
Enquanto Violet conta os dias para o fim das aulas, quando poderá ir embora da cidadezinha onde mora, Finch pesquisa diferentes métodos de suicídio e imagina se conseguiria levar algum deles adiante. Em uma dessas tentativas, ele vai parar no alto da torre da escola e, para sua surpresa, encontra Violet, também prestes a pular. Um ajuda o outro a sair dali, e essa dupla improvável se une para fazer um trabalho de geografia: visitar os lugares incríveis do estado onde moram. Nessas andanças, Finch encontra em Violet alguém com quem finalmente pode ser ele mesmo, e a garota para de contar os dias e passa a vivê-los.

● ● 

Theodore Finch é alto, forte, de olhos azuis, cabelos pretos, inteligente e ainda toca guitarra... ingredientes para a vida perfeita, ingredientes para ser o garoto perfeito. Mas Finch está muito longe da perfeição.
Ele toca guitarra em cinco ou seis bandas diferentes e, no ano passado, gravou uma música. Ele é meio… radical.
Aos 8 anos Theodore foi abandonado pelo pai agressivo e que sofria com o que só pode ser descrito como distúrbios de bipolaridade, seu pai trocara sua família por uma mais nova, uma esposa mais nova, um filho mais novo. Até hoje, aos 17 anos, ele carrega no corpo as marcas da agressividade do pai. Finch faz tudo que o pai odeia com muito prazer. Na escola, ele é Theodore Aberração, o garoto esquisito, imprevisível e problemático, de quem todo mundo fala, de quem todo mundo debocha. Theodore está na escola por um fio, se pisar fora da linha ele será expulso. É apenas por esse motivo suporta as agressões físicas e verbais de Gabe Romero, do grupo dos populares. Não que Finch não dê conta dele, mas ele deve se controlar. Mesmo não tendo culpa Finch sabe que a pena recairia sobre si. Então tudo que ele faz é respirar e contar, é assim que mantém o controle.
Não sei dizer o que houve de diferente, mas, quando acordei, me sentia mais morto que o habitual. Acordado, sim; mas completamente vazio, como se alguém tivesse drenado meu sangue.
Todos os dias de sua vida Theodore Finch pensa em se matar, ele até coleciona curiosidades sobre suicídio, não há um dia em que ele agradeça por estar vivo. É assim até o dia que Finch sobe na torre do sino da escola e conhece Violet Markey. Ele sabe que não vai se jogar, mas quer sentir como é estar perto de se matar. As pessoas passam pela torre e ninguém dá muita atenção, é só Theodore Aberração em mais uma de suas presepadas, até que todos começam a parar e apontar. Tem mais alguém na torre. É Violet, a garota bonita do grupo dos populares, porém ela não é idiota como eles, é uma garota legal. Finch percebe que ela está em pânico. Violet queria se matar e ao subir lá simplesmente congelou, sem saber o que fazer. Então, Theodore a salva e acaba se desequilibrando, é a vez dela o ajudar. Violet Markey vira a salvadora. Ninguém sabe que, na verdade, ela é que foi salva por Theodore Aberração.
Às vezes, pego minha mãe me olhando — quando me olha — como se pensasse: De onde é que você surgiu? Com certeza puxou isso do seu pai.
Violet Markey não é mais a mesma garota de um tempo atrás, desde a morte de sua irmã no acidente do qual ela saiu ilesa. Violet se sente culpada por ter ficado viva enquanto sua irmã perdeu a vida. Para Violet não existe mais vida, só um conjunto de dias que a afastam do fim inevitável. Ela só quer que acabe rápido. Depois daquele dia na torre, Theodore passa a prestar atenção em Violet. Quando o professor de geografia propõe um trabalho em dupla em que os alunos deverão conhecer Indiana (onde eles moram), Finch não pensa duas vezes antes de estender a mão e escolher Violet Markey como dupla. Ela quer matá-lo por isso, Violet não pretendia fazer esse trabalho. Ela sempre consegue se safar devido as “condições atenuantes”, que é como todos se referem ao acidente da irmã, e dessa vez não seria diferente... se não fosse por Finch.

Violet é bonita, tem amigos que a amam e uma família perfeita. Porém ela não percebe isso, mas Finch, sim, e ele quer que ela viva a vida dela. Afinal, quem perdeu a vida foi sua irmã, Violet ainda tem muito o que viver e Finch mostrará isso a ela, levando-a por lugares incríveis...

[...] nada disso importa. O colégio, a equipe de torcida, os namorados, os amigos, as festas, os cursos de escrita criativa… — Ela gesticula com os braços. — Tudo isso é só pra passar o tempo até a gente morrer.

Estou abalada só de escrever essa resenha. O livro trata de um assunto muito polêmico, o suicídio. As pessoas não sabem como lidar com esse tipo de morte, muitas julgam os suicidas como covardes. Particularmente, eu fico muito triste que alguém chegue ao ponto de se suicidar, isso significa que ela já não queria estar no mundo. Já não havia motivos para viver.

Há muito tempo eu não choro com um livro e nesse as lágrimas rolaram soltas. Tenho o hábito de começar um livro sem saber nada sobre ele, apenas vejo muitos comentários positivos e leio. Fui pega de surpresa por essa história e me emocionei bastante. Ele é tristemente lindo. É o tipo de livro que faz você sentir os personagens, que meche com você.
Aprendi que existem coisas boas no mundo, se você procurar por elas. Aprendi que nem todo mundo é uma decepção, incluindo eu mesmo [...]
Finch é um garoto problemático e depressivo e a Violet também tem sua dose de depressão por causa do acidente da irmã e quando eles se conhecem... Finch simplesmente esquece os problemas dele e passa a viver por ela. Ele tem muito mais razões para ser problemático que ela e mesmo assim ele resolve cuidar dela, fazê-la feliz, acima dos próprios problemas. Todo mundo acha ele bem imprevisível, ele simplesmente some do nada. Ninguém sabe o que acontece com Finch durante esses períodos, ele os chama de apagões. Eu não entendi muito bem o que são os apagões, ninguém sabe sobre isso e ele diz que é a escuridão crescendo dentro dele, ele fica fora do ar por dias. Quando Finch conhece a Violet ele consegue afastar a escuridão, não tem apagões e para de pensar em suicídio. É gostoso ver como eles se aproximam aos poucos. Ele já é apaixonado por ela desde o começo, ele sabe disso mas faz questão de dizer para ela que não. Com o tempo ela também se apaixona por ele e é mágico.

Theodore odeia os rótulos, ele se importa com eles. Todo mundo chama ele de Theodore Aberração e embora ele pareça não se importar, ele liga para isso. Apesar de tudo, Finch tem amigos, a Brenda e o Charlie, mas eles não chegam a ser melhores amigos, não como Violet será. Uma coisa que chamou muito a minha atenção foi que o Theodore não sabia quem ele era, ele estava sempre atrás de uma identidade, o Finch anos 80, Finch Fodão, Finch Canalha... ele estava sempre procurando uma personalidade que se encaixasse.
Se você não percebeu, já me envolvi, Finch. E, caso não tenha notado, também estou despedaçada.
No final do livro (depois de litros de lágrimas), tem uma nota da autora e bem... aquilo foi a cereja que coroou o bolo de cinco andares. A Jennifer conta sobre a criação do livro, há muita história por trás desse livro, e você já está tão abalado que aquilo acaba com você (no bom sentido), faz o livro ter muito mais sentido e significado.

Depois de certos acontecimentos arrebatadores o livro tem aquela pegada bilhetinhos e caça ao tesouro, como em Cidades de Papel e P.S. Eu Te Amo, foi um toque de ouro no livro. Um detalhe que eu achei muito legal é que o Finch tem uma parede de ideias, depois até a própria Violet cria uma. Até eu criei uma haha. É uma parede cheia de palavras ou frases aleatórias (sou a garota da aleatoriedade, então tudo a ver comigo isso). Eu criei meu próprio quadro de palavras (o meu não são ideias, só palavras mesmo) com palavras que eu gosto.

É um livro arrebatador e que sem dúvidas merece ser lido, portanto: LEIAM!! Eu mais do que recomendo ele. É muito lindo. Depois desse eu até quero ler mais livros sobre suicídio. Esse se tornou um dos meus livros favoritos, daqueles que nós recomendamos para todo mundo.
O que percebo agora é que o que importa não é o que a gente leva, mas o que a gente deixa.
Um último detalhe: O Finch vai a uma única reunião de um grupo de apoio a suicidas, o nome do grupo é Vida É Vida. Lá ao se apresentarem cada um tem que encontrar alguma coisa boa da vida e dizer: ____ é vida. Achei super bacana.


Ler é vida. Comprar livros é vida. Sorrir é vida. Amor é vida. Amigos são vida. Viajar é vida.


E então, o que é vida para vocês? Compartilhem com a gente. Deixe aí nos comentários. Tem um post com as frases do livro aqui.

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